Imprensa

PR reitera disponibilidade para se encontrar com Dhlakama

17/12/2015 08:54

O Presidente da República, Filipe Nyusi, reiterou ontem, no Parlamento, a sua disponibilidade para se encontrar com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, para abordarem assuntos relativos à manutenção da paz efectiva em Moçambique.

“Nesta Magna Casa do Povo, reitero, uma vez mais, a minha disponibilidade para me encontrar com o senhor Afonso Dhlakama, líder da Renamo, para abordarmos assuntos relativos à manutenção da paz efectiva em Moçambique. Repito, uma vez mais: para discutirmos o desenvolvimento de Moçambique, devemos pensar que boas ideias não têm cor partidária. É por issoque muitos moçambicanos já estão a contribuir com toda a frontalidade”, afirmou o Chefe do Estado na apresentação do seu Informe sobre o Estado Geral da Nação.

Segundo o Chefe do Estado, o seu Executivo está pronto para discutir o enquadramento dos homens da Renamo nas Forças de Defesa e Segurança, incluindo a situação dos que já lá estão. “Estamos prontos para ouvir e, em conjunto, reflectir sobre as ideias da Renamo, bem como as ideias de todos os moçambicanos”, disse.

Para o Presidente Nyusi, a paz é um bem essencial e uma conquista de todos os moçambicanos, por isso, disse, a sua manutenção é responsabilidade de todos, e de cada um dos moçambicanos.

O Chefe do Estado referiu que foi nesse espírito, conforme assumiu na sua tomada de posse no cargo, e dando continuidade ao diálogo político logo nas primeiras semanas, após a sua investidura, que recebeu, em audiência, os líderes e representantes dos partidos políticos, líderes de confissões religiosas, organizações da sociedade civil e outros intervenientes em diferentes áreas de actividade.

“No âmbito do diálogo político entre o Governo e a Renamo, realizámos dois encontros com o senhor Afonso Dhlakama, líder daquela formação política, onde partilhámos ideias para a manutenção da paz, consolidação da democracia e implementação do Acordo de Cessação de Hostilidades Militares, celebrado a 5 de Setembro de 2014, ao qual esta Magna Casa decidiu conferir força de Lei”, disse.

Para o Presidente da República, o processo de construção e consolidação da paz passa também pela integração das forças residuais da Renamo nas forças armadas, na Polícia ou na vida civil.

“Foi instituído o Fundo da Paz para os projectos de desenvolvimento do combatente, sem distinção. E ao longo dos últimos quatro meses de existência já financiou mais de 400 projectos. Acresce a este nosso esforço a tramitação de mais de seis mil processos para fixação de pensões de combatentes, veteranos desmobilizados”, deu ainda a conhecer Filipe Nyusi.

Renamo boicota

A BANCADA parlamentar da Renamo abandonou a sala da plenária da Assembleia da República momentos após o Presidente da República, Filipe Nyusi, dar entrada no recinto para proceder à apresentação do Informe sobre o Estado da Nação.

Ivone Soares, chefe deste grupo parlamentar, justificou o boicote alegando que o seu partido não se sente confortável com a maneira como os processos eleitorais são geridos no país, sobretudo o modo como foram apurados e publicados os resultados das eleições legislativas, presidenciais e das assembleias provinciais de 15 de Outubro do ano passado.

“Vocês todos são testemunhas do que se passa aqui. O presidente Dhlakama é a pessoa que tem estado a assegurar a democracia no país. A Frelimo não respeita os compromissos que assume e nós, naturalmente, temos estado a fazer de tudo, de forma pacífica, para garantir que as eleições de Outubro passado possam garantir, de uma vez por todas, que os moçambicanos tenham os líderes em que votaram”, disse Soares.

A chefe da Renamo na AR explicou que “se os moçambicanos votam no presidente Dhlakama é o presidente Dhlakama que deve governar”.

“Está mais do que claro que saímos porque não reconhecemos as pessoas que assaltaram o poder em Moçambique”, enfatizou.